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Alimentos ultraprocessados e seus impactos no sistema digestivo

Pessoa segurando pote de salgadinho ilustra os impactos dos alimentos ultraprocessados no sistema digestivo.
Sumário

Nos últimos anos, os alimentos ultraprocessados se tornaram cada vez mais presentes nas refeições diárias de muitas pessoas.

São práticos, altamente palatáveis e facilmente encontrados nos supermercados: refrigerantes, salgadinhos, bolachas recheadas, macarrão instantâneo, embutidos, produtos congelados prontos para o consumo, entre outros.

Mas você já parou para pensar no impacto desses alimentos no seu sistema digestivo?

O que são alimentos ultraprocessados?

De acordo com a classificação NOVA, criada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), os alimentos ultraprocessados são formulações industriais feitas principalmente ou inteiramente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas isoladas), derivadas de constituintes alimentares ou sintetizadas em laboratório.

Balcão de frios com embutidos e carnes processadas. Frios e embutidos estão entre os maiores responsáveis pelo impacto dos alimentos ultraprocessados.
Os ultraprocessados possuem aditivos que simulam sabor, textura e aparência dos alimentos.

Em sua composição, esses produtos contêm corantes, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, realçadores de sabor e outros aditivos usados para imitar características sensoriais de alimentos frescos ou para disfarçar características indesejáveis do produto final.

Como eles afetam o sistema digestivo?

O consumo frequente e em grandes quantidades de alimentos ultraprocessados pode trazer uma série de prejuízos à saúde digestiva:

1. Desequilíbrio da microbiota intestinal: Os ultraprocessados são pobres em fibras, nutrientes e compostos bioativos que alimentam as bactérias benéficas do intestino. Isso pode levar a um desequilíbrio da microbiota (disbiose), condição associada a diversos problemas gastrointestinais como inchaço, gases, constipação, diarreia e aumento da permeabilidade intestinal.

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2. Processos inflamatórios: Muitos aditivos presentes nesses alimentos podem desencadear inflamações no trato gastrointestinal. Conservantes, corantes e emulsificantes, por exemplo, têm sido relacionados ao aumento da inflamação intestinal e à maior incidência de doenças inflamatórias intestinais como a Doença de Crohn e a retocolite ulcerativa.

3. Maior risco de refluxo e indigestão: Produtos ultraprocessados tendem a ser ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcares refinados. Esses componentes favorecem a lentidão do esvaziamento gástrico, aumentam a acidez estomacal e podem causar ou agravar sintomas de refluxo gastroesofágico, azia e má digestão.

4. Alterações no ritmo intestinal: Sem a presença de fibras alimentares, que são essenciais para o bom funcionamento do intestino, os ultraprocessados dificultam o trânsito intestinal e favorecem quadros de constipação. Ao mesmo tempo, os aditivos químicos podem irritar o intestino e causar episódios de diarreia.

Pessoa segurando pote de batata chips. O consumo de salgadinhos está diretamente ligado ao impacto dos alimentos ultraprocessados.
O consumo frequente de ultraprocessados traz prejuízos à saúde digestiva.

5. Impacto na absorção de nutrientes: Ao interferirem na integridade da mucosa intestinal e alterarem a microbiota, esses alimentos podem comprometer a absorção adequada de nutrientes, o que a longo prazo contribui para deficiências nutricionais e queda na imunidade.

Leia também: Doenças gastrointestinais: descubra as mais comuns

Consequências além do sistema digestivo

Os prejuízos causados pelo consumo de alimentos ultraprocessados vão além do intestino. Há um risco aumentado de desenvolvimento de obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer e até transtornos do humor, como ansiedade e depressão. Todos têm algum grau de ligação com a saúde intestinal.

Além disso, pesquisas recentes apontam uma conexão entre o intestino e o cérebro, chamada de eixo intestino-cérebro. Uma microbiota desequilibrada pode interferir na produção de neurotransmissores como a serotonina, afetando o bem-estar emocional e o sono.

Como proteger seu sistema digestivo?

A boa notícia é que é possível reverter muitos desses danos adotando uma alimentação mais natural e equilibrada. Aqui vão algumas dicas:

  • Prefira alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, leguminosas e oleaginosas.
  • Leia os rótulos dos produtos industrializados e evite os que possuem listas extensas de ingredientes ou nomes desconhecidos.
  • Aumente a ingestão de fibras alimentares, que ajudam no trânsito intestinal e na nutrição da microbiota.
  • Consuma alimentos fermentados naturalmente, como iogurte natural, kefir e chucrute, que são fontes de probióticos.
  • Beba bastante água e mantenha-se fisicamente ativo.

Pessoa segurando ilustração do intestino com alimentos saudáveis na mesa. Cuidados com a saúde intestinal para reduzir o impacto dos alimentos ultraprocessados.
Os danos podem ser revertidos com uma alimentação natural e equilibrada.

Quando procurar um especialista?

Se você sente desconfortos frequentes como gases, inchaço, constipação, refluxo ou alterações persistentes no funcionamento do seu intestino, é importante buscar a avaliação de um gastroenterologista. Um diagnóstico precoce pode evitar complicações e melhorar sua qualidade de vida.

Na Gástrica Usuy – clínica gastro em Florianópolis e São José SC -, oferecemos um atendimento humanizado e completo para cuidar da sua saúde digestiva. Nossos especialistas estão prontos para investigar a fundo os sintomas, orientar mudanças no estilo de vida e, se necessário, indicar exames e tratamentos específicos.

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Foto de Dr. Eduardo Nobuyuki Usuy Junior
Dr. Eduardo Nobuyuki Usuy Junior

CRM 9541 | RQE 6057 | RQE 7515
Endoscopista e Gastroenterologista
Proprietário da Gástrica Usuy Clínica Médica. Graduação pela Universidade Federal de Santa Catarina e Especialização pela Universidade Estadual Paulista UNESP.

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