A lactose é o principal açúcar do leite, e está presente não somente na forma pura leite mas também nos derivados (produtos lácteos, como iogurte, queijo, creme de leite etc.). A intolerância à lactose é uma condição que faz com que a pessoa não consiga digerir leite nem alimentos que levam leite na composição. Ao ingerir esses produtos, o intolerante à lactose pode ter uma série de reações e sintomas (um ou vários deles), como enjoo, gases, vômito e diarreia.
O QUE CAUSA A INTOLERÂNCIA À LACTOSE?
A digestão da lactose se dá pela lactase, a enzima responsável por “quebrar” a molécula de açúcar (lactose) em partes que possam ser absorvidas pelo organismo. A lactase é produzida pelo intestino, e a deficiência dessa enzima é que causa intolerância à lactose. Essa condição pode se dar de forma congênita (quando a pessoa já nasce com o problema); com o avanço da idade (quando o corpo para ou passa a produzir em menor quantidade a lactase); ou como sequela de alguma intoxicação, infecção, ou outra doença ou ferimento – essa condição, normalmente, revertida em algumas semanas.
Os sintomas ocorrem após a ingestão de leite ou de alimentos lácteos, normalmente, surgem em poucos minutos. Há pessoas que apresentam somente um sintoma mais forte e outras que podem apresentar uma série deles.
- Cólicas ou dor no ventre (geralmente ao redor ou abaixo do barriga);
- Inchaço abdominal
- Gases
- Diarreia (muitas vezes volumosa e aquosa)
- Vômitos
- Náusea e enjoo
- Enxaqueca
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE?
Além da análise dos sintomas, há duas formas de diagnosticar a existência da intolerância à lactose. Uma delas é o teste de hidrogênio expirado e o outro é o exame de sangue.
- Teste de hidrogênio expirado: O paciente bebe uma fórmula com lactose na composição. A partir daí, são colhidas amostras de ar (o paciente respira em uma máquina especial) a cada 30 minutos. A máquina mede a quantidade de hidrogênio expirado. Pessoas que têm intolerância à lactose expiram mais hidrogênio do que o normal.
- Exame de sangue: O paciente também ingere um líquido que contém lactose. Amostras de sangue são colhidas em determinado período de tempo. Se o sangue tiver baixos níveis de açúcar depois de beber a lactose, é indicativo de intolerância à lactose.
TRATAMENTO
Não há cura para a intolerância à lactose, mas, felizmente, é possível tratar com suplementos de lactase prontos ou manipulados, que auxiliam na digestão da lactose. Mesmo não sendo um medicamento, a ingestão desses suplementos deve prescrita por um médico.
De acordo com a gravidade do problema, o tratamento pode incluir dieta restritiva (sem lácteos) e suplementação enzimática. É importante que o paciente busque fontes não lácteas de cálcio e vitamina D, mas isso também deve ser indicado por médico ou nutricionista. Embora alguns medicamentos sejam feitos com lactose, a maioria das pessoas que são intolerantes à lactose pode lidar com a quantidade muito pequena em medicamentos.
INTOLERÂNCIA À LACTOSE E ALERGIA AO LEITE SÃO A MESMA COISA?
Não.
Pessoas alérgicas ao leite reagem à proteína e não ao açúcar, como é o caso de quem tem intolerância. A alergia é uma reação do sistema imunológico a um agente externo e essa reação provoca sintomas diversos e, geralmente, mais graves, podendo levar o paciente a óbito. Por isso, quem tem alergia ao leite não pode, de maneira alguma, ingerir leite ou derivados.
O tratamento contra alergia ao leite deve, obrigatoriamente, ser feito com orientação médica e envolve dessensibilização ao alergeno (agente que causa a alergia).
LEI DA LACTOSE
Desde julho de 2016, a Lei nº 13.305, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB/SC), determina que rótulos de alimentos e bebidas que contenham lactose devem indicar a quantidade da substância, mesmo que seja apenas residual. O autor da Lei ressalta a importância do aviso de presença de lactose no dia a dia dos consumidores, sejam eles intolerantes ou não, a fim de que possam administrar a quantidade de lactose ingerida diariamente. O dr. Eduardo Usuy Júnior destaca que a Lei da Lactose beneficia tanto intolerantes quanto pessoas com alergia ao leite.