A esteatose hepática é popularmente chamada de “gordura no fígado” por ser um problema que acontece quando há um excesso de gordura nas células hepáticas.
Essa condição é tratável e reversível, mas requer atenção, pois, sem o tratamento e os cuidados adequados, o quadro pode evoluir para doenças mais graves, como hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado, que podem levar a óbito.
CAUSAS DA ESTEATOSE HEPÁTICA (GORDURA NO FÍGADO)
A esteatose hepática é classificada de acordo com a sua causa, podendo ser alcoólica, causada pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas, ou não alcoólica, provocada por:
- Sobrepeso e obesidade;
- Gravidez;
- Sedentarismo;
- Diabetes;
- Colesterol alto;
- Pressão alta;
- Alteração de peso rápida;
- Uso de alguns tipos de medicamentos (por exemplo, corticoides, estrógeno, antirretrovirais etc.);
- Inflamações crônicas no fígado.
FATORES DE RISCO DA ESTEATOSE HEPÁTICA
A ingestão excessiva – regular ou esporádica – de bebidas alcoólicas é um importante fator de risco da gordura no fígado.
O excesso de peso é uma das principais causas da esteatose hepática não alcoólica, sendo responsável por cerca de 60% dos casos. Geralmente essa é uma consequência de uma alimentação desregrada combinada com sedentarismo.
O hormônio estrógeno é um dos fatores de risco da doença, por isso as mulheres têm mais chances de desenvolverem esteatose hepática. Crianças pequenas também podem ter gordura no fígado causada – na maioria das vezes – por doenças metabólicas.
Outros fatores de risco para a esteatose hepática são: síndrome do ovário policístico; hipotireoidismo; síndrome metabólica; apneia do sono; acúmulo de gordura abdominal.
PRINCIPAIS SINTOMAS DA ESTEATOSE HEPÁTICA
Essa doença costuma ser assintomática (não apresenta sintomas) nos quadros leves. Com seu avanço, o paciente pode apresentar: dor abdominal, cansaço, perda de apetite, aumento no volume do fígado, inchaço abdominal e dor de cabeça constante.
Já nos estágios mais avançados, quando o fígado apresenta inflamação e/ou fibrose, que pode causar insuficiência hepática, o paciente pode apresentar os seguintes sintomas:
- acúmulo anormal de líquido no abdômen;
- confusão mental;
- fadiga;
- queda no número de plaquetas;
- icterícia (pele e olhos amarelados);
- alterações do sono;
- problemas na coagulação;
- inchaço nas pernas e nos pés;
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COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE ESTEATOSE HEPÁTICA?
O diagnóstico da esteatose hepática não alcoólica é feito por meio de exames de rotina, laboratoriais e/ou de imagem. Entre eles, exame de sangue para medir os níveis de enzimas hepáticas e ultrassonografia para medir o fígado e verificar suas condições. Quando detectada qualquer alteração, o médico faz um levantamento do histórico de saúde e dos hábitos de vida do paciente.
Dependendo do caso, pode ser solicitada uma tomografia e/ou uma ressonância magnética para avaliar possíveis alterações no órgão. Alguns pacientes devem ser submetidos à elastografia transitória, um exame semelhante à ultrassonografia, que mede a elasticidade do tecido hepático e a quantidade de gordura acumulada nas células.
O diagnóstico precoce favorece o tratamento e, por consequência, traz melhores resultados.
COMO É O TRATAMENTO PARA ESTEATOSE HEPÁTICA?
O tratamento varia de acordo com a causa da doença e o grau de comprometimento do fígado. Quando a causa for não alcoólica, é preciso que o paciente adote um estilo de vida mais saudável, adotando uma alimentação equilibrada e passando a praticar exercícios físicos regularmente.
As esteatoses hepáticas alcoólicas também são tratadas com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis e, obviamente, isso inclui não ingerir bebidas alcoólicas.
Em alguns casos podem ser prescritos medicamentos para auxiliar no tratamento, mas a mudança de hábito é fundamental!
Com o tratamento adequado, são grandes as chances de regressão da doença ou, ao menos, de estabilizar e impedir seu avanço.