Disfagia é o nome dado para a dificuldade para engolir. Seja por dor ou por desconforto, a sensação de que a comida ou bebida ficou presa ou que machucou o local durante a passagem é bastante comum. E, na maioria das vezes, não traz nenhum risco à saúde. No entanto, esse sintoma merece atenção, pois pode estar relacionado a inúmeras condições ou doenças, algumas graves.
Além da dificuldade e/ou dor para engolir, a disfagia pode estar ligada a outros sintomas, como tosse, engasgo, excesso de salivação (a ponto de atrapalhar a deglutição) e problemas na fala. Se você tiver um ou mais desses sintomas recorrentes ou com duração maior que três dias, deve procurar ajuda médica para investigar possíveis causas e realizar o tratamento adequado.
DOENÇAS QUE PODEM ESTAR RELACIONADAS À DISFAGIA
Embora pareça um problema corriqueiro, quando se torna recorrente, disfagia deve ser investigada, a fim de se descartar a presença de doenças, algumas graves, por exemplo, tumores malignos (câncer) de esôfago, laringe ou garganta.
A disfagia pode estar relacionada, também, a tumores benignos ou distúrbios da motilidade esofágica, como a acalásia – distúrbio de motilidade esofágica – que pode uma sequela da doença de Chagas.
Outra condição que tem como sintoma a dificuldade para engolir é a esofagite eosinofílica, causada por uma reação alérgica e pode acontecer uma impactação alimentar, ou seja, o bolo alimentar pode permanecer no esôfago e ter dificuldade para descer ao estômago. Em alguns casos, é preciso realizar um procedimento de desobstrução por endoscopia.
No entanto, a causa mais comum da disfagia está relacionada com a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), principalmente quando a DGRE não é tratada corretamente. Nesses casos, a acidez do suco gástrico que retorna ao esôfago pode provocar lesões na mucosa e dificultar as contrações. Repetidamente, as lesões cicatrizam, e o excesso de tecido cicatricial pode causar estenose. Ou seja, o estreitamento do esôfago, dificultado e até bloqueando a passagem o alimento pela região.
SINTOMAS DA DISFAGIA
● Não conseguir engolir;
● Sentir dor ao deglutir;
● Sentir-se como se a comida estivesse presa na garganta ou no peito;
● Tossir ou engasgar ao engolir;
● Produzir excesso de saliva (baba) que atrapalhe a deglutição;
● Problemas na fala.
Se você tiver um ou mais desses sintomas recorrentes ou com duração maior que três dias, deve procurar ajuda médica para investigar possíveis causas e realizar o tratamento adequado.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA DISFAGIA?
Por ser um sintoma, e não uma doença, dependendo do caso de disfagia, o médico pode solicitar alguns exames para descobrir sua causa. Os mais comuns são:
– Raio-X com contraste: Feito após a ingestão de uma solução com bário, substância que reveste a parede do esôfago e permite visualizar melhor o órgão em um exame de raio-X.
– Estudo de deglutição: Nesse exame também se utiliza o bário, porém, alimentos são revestidos dessa substância para que sejam visualizados durante o teste. Desse modo, é possível verificar possíveis problemas de deglutição causados pela musculatura da boca ou da garganta.
– Endoscopia alta: Através do endoscópio, o médico examina boca, esôfago e estômago para verificar possíveis alterações.
– Manometria: Mede a pressão em diferentes locais dentro do esôfago. O teste é solicitado para avaliar o funcionamento dos músculos do órgão.
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS PARA DISFAGIA?
O tratamento da disfagia depende da causa. Quando causada por alguma disfunção na boca ou na parte superior da garganta, o paciente deve buscar um médico otorrinolaringologista. Mas se a causa estiver no esôfago, um gastroenterologista deve acompanhar o paciente e propor o tratamento mais adequado. Que pode ser a dilatação esofágica via endoscópio; o uso de medicamentos (como os inibidores da bomba de prótons); ou intervenções cirúrgicas.