O intestino grosso é dividido em ceco (parte inicial), cólon (a maior porção) e reto (parte final, localizada antes do ânus). O câncer de intestino compreende tumores entre o cólon e o reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus, por isso, é conhecido, também, como câncer de cólon e reto ou colorretal.
Na maior parte dos casos, principalmente quando é diagnosticado nos estágios iniciais, o câncer colorretal é tratável e apresenta boas chances de cura. Em geral, os tumores são formados pela evolução dos pólipos (lesões benignas) na parede interna do órgão.
Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), em 2020, o Brasil deverá ter 40.990 novos casos de câncer do intestino. Mas, para os próximos anos, esse número pode ser menor, se houver mais conscientização sobre a importância da adoção de medidas preventivas contra o câncer de intestino.
Para falar da importância da prevenção e do diagnóstico precoce no tratamento do câncer colorretal, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) criou o Setembro Verde, um mês dedicado aos cuidados dessa doença.
FATORES QUE AUMENTAM O RISCO DE CÂNCER DE INTESTINO
Os principais fatores relacionados ao desenvolvimento de câncer do intestino são:
- idade igual ou acima de 50 anos;
- excesso de peso corporal;
- má alimentação;
- alta ingestão de carnes processadas (presunto, bacon, mortadela, linguiça etc.);
- alto consumo de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana);
- histórico familiar de câncer de intestino;
- histórico pessoal de câncer de ovário, útero ou mama;
- tabagismo;
- consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- pré-existência de doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn;
- exposição ocupacional à radiação ionizante (raios X e gama).
COMO PREVENIR O CÂNCER DE INTESTINO?
Praticar atividade física regularmente
A prática regular de exercícios físicos protege o organismo do câncer colorretal. Porque ajuda a reduzir a resistência à insulina e a liberar endorfina, hormônio que fortalece o sistema imunológico. Pessoas que se exercitam no mínimo três vezes por semana têm 25% menos risco de ter câncer no intestino.
Adotar uma dieta à base de vegetais e alimentos ricos em fibras
Aumentar a ingestão de frutas, verduras, legumes e cereais ricos em fibras é uma maneira de reduzir o espaço do estômago. Diminuindo, assim, o consumo de carnes vermelhas, embutidos e outros alimentos processados. As fibras (também presentes em grande quantidade nas frutas e vegetais folhosos) ajudam a melhorar o trânsito intestinal, protegendo as células da mucosa do intestino.
Controlar o peso
Segundo um estudo realizado e publicado recentemente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O Brasil terá cerca de 30 mil casos de câncer relacionados à obesidade em 2025. Hoje, os casos de câncer associados ao excesso de peso corporal respondem por 3,8% do total de diagnósticos oncológicos no país; em 2025, esse número deverá ser de 4,6%.
Manter níveis adequados de vitamina
A vitamina D tem importante papel na melhora de inflamações, como as provocadas pelos pólipos que dão origem aos tumores colorretais. Para manter o nível de vitamina D adequado, é preciso combinar boa alimentação com banhos de sol regulares. Em alguns casos, pode ser preciso ingerir suplemento desta vitamina.
Parar de fumar
Embora o cigarro seja mais relacionado ao câncer de pulmão. O hábito de fumar está mais associado à desenvolver tumores em diversos órgãos, como bexiga, estômago, fígado e intestino.
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também pode aumentar o risco de câncer colorretal. Por isso, é importante que a bebida não se torne um hábito constante e seu consumo seja de poucas doses, esporadicamente.
PRINCIPAIS SINTOMAS DO CÂNCER COLORRETAL
Os sintomas que indicam câncer do intestino são:
- sangue nas fezes;
- alteração da atividade intestinal (mundança do ritmo intestinal sem explicação);
- dor ou desconforto abdominal;
- fraqueza e anemia;
- perda de peso sem causa aparente;
- alteração na forma das fezes (fezes muito finas);
- massa abdominal (enrijecimento da região).
Como esses sintomas podem significar outras doenças, como úlcera gástrica e verminose, é preciso a realização de exame específico (colonoscopia) para o correto diagnóstico.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
A detecção precoce do câncer colorretal reduz consideravelmente as chances de metástase e aumentam muito as chances de cura. Para que o diagnóstico seja feito nos estágios iniciais da doença, é recomendado o acompanhamento regular. Via colonoscopia, de pacientes acima de 50 anos (ou 40, caso haja histórico de câncer colorretal na família).
O diagnóstico é feito com a ajuda de um aparelho endoscópico, próprio para a realização da colonoscopia, por meio da análise (biópsia) de tecido retirado da lesão suspeita. Outros exames clínicos, laboratoriais (como o exame de sangue oculto nas fezes) ou radiológicos podem ser solicitados a pacientes com sintomas sugestivos da doença. Pessoas que apresentem um ou mais sintomas listados acima por mais de três dias seguidos ou em episódios repetidos devem buscar orientação médica.