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Adoçantes artificiais: os perigos do doce que coloca sua saúde em risco

Sumário

O aumento de casos de sobrepeso ou obesidade e a busca pelo corpo ideal têm levado muitas pessoas a mudarem a alimentação por conta própria e sem acompanhamento profissional. Uma das primeiras substâncias eliminadas do cardápio é o açúcar e encontrar um substituto saudável é uma das maiores dificuldades de quem faz dieta ou não pode ingeri-lo. Com isso o mercado de adoçantes artificiais cresce vertiginosamente, aumentando a oferta de produtos ao consumidor e também os perigos à saúde humana, pois muitos desses adoçantes não são suficientemente testados e seus riscos em longo prazo são desconhecidos.

Entre sucralose, aspartame e ciclamato, apenas para citar alguns, o setor de adoçantes artificiais movimenta US$ 1,5 bilhão ao ano. As poucas pesquisas sobre os perigos que tais substâncias podem representar ao organismo humano e seus resultados não são aceitos em consenso pela comunidade médica e também são pouco divulgados.

 

RISCOS QUE OS ADOÇANTES ARTIFICIAIS PODEM REPRESENTAR À SAÚDE

Os adoçantes têm seu consumo aprovado por órgãos reguladores de cada país – no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a responsável pela liberação de quaisquer produtos alimentares e se baseia no Codex Alimentarius, um programa que segue diretrizes da  Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas com essa polêmica quanto à potencial toxicidade dessas substâncias é importante avaliar prós e contras de cada adoçante, levando em consideração o histórico de saúde e as necessidades de cada paciente.

Alguns estudos, como o publicado pelo Trends in Endocrinology & Metabolism, afirmam que o consumo regular de produtos adoçados artificialmente, como gelatinas, sucos e refrigerantes “light” ou “diet”, é tão nocivo à saúde quanto a alta ingestão de açúcar branco, e está relacionado ao ganho de peso e ao aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, como infartos do miocárdio e derrames.

Alguns tipos de câncer, como de bexiga e leucemia, em cobaias também estão relacionados ao consumo deliberado de adoçantes artificiais, como o ciclamato de sódio, que já foi proibido em alguns países, como Inglaterra e Estados Unidos. No Brasil, o limite de ciclamato de sódio é 56 mg para cada 100 ml ou 100 g. A sacarina, outro adoçante que contém sódio, é proibida no Canadá, pode ser perigosa ao trato urinário, principalmente aos rins, e aumentar o risco de AVC.

 

5 ADOÇANTES MAIS NOCIVOS AO ORGANISMO HUMANO

A sacarose, açúcar comum, é formada de uma molécula de glicose associada a uma de frutose e é extraída principalmente da beterraba e da cana-de-açúcar. É também uma importante fonte de energia para o funcionamento do organismo. Os açúcares são fundamentais para regular o metabolismo proteico. Por essa razão, não devem ser excluídos da alimentação.

Para substituir a sacarose, há uma variada gama de produtos, cujo consumo, no entanto, também deve ser moderado, visto que podem ser potencialmente nocivos. Saiba quais adoçantes artificiais colocam em risco sua saúde:

Aspartame:

Possivelmente o mais nocivo adoçante sintético, o aspartame é também um dos mais consumidos, principalmente por estar presente em muitos alimentos “diet”. Ao chegar ao sistema digestivo, o aspartame libera dois aminoácidos, o ácido aspártico e a fenilalanina, que é especialmente nociva a portadores de fenilcetonúria, condição genética que prejudica a absorção desse aminiácido. O acúmulo dessa substância está relacionada a doenças neurológicas, enquanto o consumo excessivo de aspartame pode causar náuseas, cefaleia e déficit de atenção.

Sacarina Sódica:

O perigo da sacarina está em razão do sódio presente na sua composição. Seu uso não é recomendado para crianças, gestantes e pessoas com problemas de retenção de líquidos, insuficiência renal, cálculos renais e perda da densidade óssea.

Sucralose:

É o adoçante sintético mais consumido no mundo. Há indícios de que a sucralose se torna especialmente danosa ao organismo quando aquecida. Uma recente pesquisa realizada na Unicamp aponta que a queima de moléculas de sucralose em 90 ºC por ao menos 15 minutos libera substâncias tóxicas e cumulativas com potencial cancerígeno.

Acesulfame de Potássio (Acesulfame-K):

Novamente, os efeitos em longo prazo em seres humanos não podem ser afirmados, por isso, consideram-se os perigos de acordo com pesquisas realizadas em cobaias. Dessa forma, não se pode descartar potenciais riscos, como problemas endócrinos (na tireoide e no pâncreas) e o aumento de tumores benignos. Seu uso não é indicado para quem precisa limitar a ingestão de potássio.

Ciclamato Sódico (Edulcorante E952):

Há indícios de que seu consumo está relacionado ao surgimento de neoplasias. Por essa razão, seu uso é proibido nos Estados Unidos, Japão e França. Assim como a sacarina, por conter sódio, a atenção no consumo do ciclamato deve ser redobrada em pacientes com disfunção renal e pressão alta.

Outras substâncias como xilitol, sorbitol, glicerol, eritritol, manitol e maltitol não são absorvidos pelo intestino, podendo causar diarreia e flatulência. Seu uso prolongado deve ser evitado.

 

ADOÇANTES NATURAIS TAMBÉM SÃO PERIGOSOS

O alto consumo de adoçantes naturais também pode colocar a saúde em risco! A frutose, presente naturalmente em frutas, cerais e méis, por exemplo, quando ingerida em grande quantidade, pode desregular as funções hepáticas e favorecer o ganho de peso e as doenças associadas à obesidade.

O néctar ou xarope de agave é vendido como um adoçante natural, no entanto, é um alimento processado e o ideal é que seu consumo seja indicado por médico ou nutricionista, principalmente pelo alto índice de frutose na sua composição.

Outro produto natural que não deve ser consumido em grandes quantidades é a tagatose. Feita a partir da lactose, açúcar do leite, a tagatose não é metabolizada pelo organismo, podendo causar desconforto gastrointestinal, intolerâncias ou alergia.

Enquanto ainda desconhecemos todos os riscos que os adoçantes artificiais apresentam contra o organismo humano, a regra é a mesma para toda dieta saudável: moderação, evitando o consumo excessivo e dando preferência a alimentos naturais ou minimamente processados. A dose máxima de consumo de cada substância adoçante tem como base a IDA (Ingestão Diária Recomendada) da Anvisa e deve vir na tabela nutricional, na embalagem do produto. Por isso, é tão importante criar o hábito de ler os rótulos e informar-se sobre os alimentos que ingere.

Adoçantes artificiais

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Dr. Eduardo Nobuyuki Usuy Junior

CRM 9541 | RQE 6057 | RQE 7515
Endoscopista e Gastroenterologista
Proprietário da Gástrica Usuy Clínica Médica. Graduação pela Universidade Federal de Santa Catarina e Especialização pela Universidade Estadual Paulista UNESP.

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